No contexto da pandemia, em que a sala de aula passou a ser o ambiente virtual, a competição pela atenção é ainda maior. Criatividade dos professores contribui para manter o foco dos alunos no conteúdo.
Manter a atenção de estudantes durante as aulas já é uma missão importante de educadoras e educadores. No contexto da pandemia, em que a sala de aula passou a ser o ambiente virtual, a competição pela atenção é ainda maior. No Paraná os professores da rede estadual têm usado a criatividade e desenvolvido meios para chamar a atenção dos alunos.
Um bom exemplo disso são professores que estão utilizando fantasias durante as aulas, justamente para tentar prender o foco de crianças e adolescentes.
Rodrigo Cardozo Gomes é pedagogo do CEC Ilha de Superagui - no município de Guaraqueçaba, litoral do Paraná - e sempre buscou por promover atividades diferenciadas com os estudantes.
Durante a pandemia, entendeu que tinha ainda mais espaço. “Tenho acompanhando este momento ímpar que estamos atravessando e comecei a me perguntar o que poderia fazer para que os estudantes e professores sorriam e se distraiam desse cotidiano tão pesado. Aí veio a ideia de ‘invadir’ aleatoriamente e de surpresa às aulas no meets dos professores com os estudantes, sempre caracterizado e falando sobre algum assunto”, conta. Rodrigo, que já se caracterizou de palhaço e até de Charles Chaplin, diz que a interferência é recebida com leveza e passou até a ser esperada por estudantes.
A iniciativa também foi adotada pela professora Helen Botion, da Escola São Vicente Palotti, de Mandaguari. Ela viu que o tema ‘biografia’ seria trabalhado nos encontros virtuais, e pensou como poderia tornar tudo mais atrativo. “Eu teria que pesquisar uma personagem interessante, e cheguei na Frida Kahlo. Escolhi ela até pela questão de trabalhar a transversalidade com a arte, e mostrei pinturas e coisas que ela produziu. Pra ficar mais chamativo, avisei todo mundo que a aula seria uma festa à fantasia, até porque todo ano a nossa escola faz uma festa à fantasia em meados de setembro/outubro, e é algo que eles esperam o ano todo. Então aproveitei o momento para resgatar a tradição da escola”.
Para ambos a ideia torna o momento mais atraente e descontraído, o que ajuda os estudantes na fixação do conteúdo.
Heloá Vitória Silva dos Santos, aluna do pedagogo Rodrigo, de Superagui, reforça que o incentivo é um grande benefício. “É uma surpresa muito legal, e a fantasia fez a gente rir bastante. Ajuda na motivação para estudar e participar das aulas”, diz.
Na experiência o também professor Guilherme dos Santos Amadeu, do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo, em Guairaçá, comenta que o retorno dos alunos tem sido satisfatório. Ele se fantasia de palhaço e faz atividades utilizando material reciclável. “É uma satisfação ver os alunos participando, e visivelmente participam por interesse no conteúdo. Tem sido legal ver o envolvimento dos familiares, também. Teve um caso de um pai que parecia estar se divertindo mais que o próprio filho”.
AEN
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