O juiz Sergio Moro
O juiz Sergio Moro bloqueou R$ 50 milhões do ex-chefe de gabinete do governo do Paraná Deonilson Roldo, braço direito do ex-governador Beto Richa (PSDB). A medida atinge também o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como elo de propinas da Odebrecht para o tucano, a mulher dele e empresas. O juiz decretou o confisco de R$ 10 milhões de cada um de cinco alvos da Operação Piloto, fase 53 da Lava Jato, deflagrada nesta terça, 11. O bloqueio atende a pedido da Polícia Federal e do Ministério Público Federal por sequestro de ativos dos investigados.
O ex-governador também é alvo da Piloto. Agentes da Polícia Federal, munidos de ordem de Moro, vasculharam endereços do tucano, inclusive sua residência em Curitiba e também salas que ele ocupou no Palácio Iguaçu e seu comitê de campanha ao Senado.
Beto Richa foi preso, mas como alvo de uma outra operação, também desencadeada nesta terça, 11, pelo Ministério Público do Estado do Paraná - a Operação Rádiopatrulha investiga supostos desvios de recursos públicos do Programa Patrulha do Campo - manutenção de estradas rurais. Roldo foi preso como alvo das duas missões, Rádiopatrulha e Piloto da Lava Jato.
Na Operação Piloto - referência a Richa na planilha de propinas da empreiteira Odebrecht -, Moro fixou o limite de R$ 50 milhões para bloqueio de valores de cinco investigados, entre eles o braço-direito do tucano, "considerando não só o montante da suposta vantagem indevida, mas igualmente o volume de operações suspeitas de lavagem e que são substancialmente maiores". Moro assinalou que o artigo 125 do Código de Processo Penal e o artigo 4º da Lei n.º 9.613/1998 (Lei da Lavagem de Dinheiro) autorizam 'o sequestro do produto do crime'. "Viável o decreto do bloqueio dos ativos financeiros dos investigados em relação aos quais há prova de recebimento de propina", destacou o juiz. "Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita", ressaltou Moro. "O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos. Considerando os valores da propina acertada, cinquenta milhões de reais, resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados até esse montante", decidiu o juiz.
Defesa
A defesa do ex-governador Beto Richa afirmou na terça-feira (11) que não sabia a razão das ordens judiciais proferidas. "A defesa ainda não teve acesso à investigação."
A governadora Cida Borghetti ressaltou que não aceita nenhum tipo de desvio de conduta dos seus funcionários.uol
Comentários
Postar um comentário