Atual treinador do Ceará foi demitido horas após uma partida e acusado de agressão. Antes da saída, ele marcou sua passagem também com situações folclóricos e bem humoradas
O Paraná Clube enfrenta o Ceará neste domingo e, além da pressão por resultados, terá do outro lado um técnico bastante motivado para bater o Tricolor em casa.
Lisca comanda o Ceará no Brasileirão e nunca escondeu a mágoa pela sua polêmica demissão em 2017, na véspera de uma partida pela Copa Primeira Liga e em meio à Série B. O treinador foi acusado de promover um forte desentendimento interno.
Mas além dos problemas que culminaram em sua demissão, Lisca também marcou sua passagem pelo Paraná com seu jeito folclórico e bem humorado.
Durante a campanha da Série B, ele prometeu pular dentro do rio Belém, que passa perto da Vila Capanema, em caso de acesso para a Série A, pegou carona com um torcedor e deu declarações engraçadas, como quando disse que tentava acabar com a fama de doido, mas se complicava.
Lisca foi contratado no Paraná Clube na segunda quinzena do mês de julho, após a saída de Cristian de Souza. Seu trabalho foi considerado o pilar do time, que depois seguiu até conquistar o acesso para Série A tendo a frente o ex-auxiliar técnico, Mateus Costa.
O início do trabalho de Lisca mudou o clima no Tricolor, com o time demonstrando estar mais relaxado e mais unido. O treinador também ganhou as manchetes da imprensa quando torcedores postaram um vídeo em que eles davam carona para o treinador.
Após a carona ter ficado popular, o técnico, em tom de brincadeira, disse que esses episódios acabam por fortalecer a sua fama de "doido".
- Estou tentando tirar essa fama de doido, mas acabo me complicando. Vou ter que fazer a mea culpa, disse na época.
Mas a "lua de mel" entre Lisca e a diretoria do Paraná acabou logo, mais precisamente horas antes da partida contra o Atlético-MG, na Copa da Primeira Liga.
No mesmo dia da partida, o Paraná divulgou uma nota curta comunicando a demissão. Horas depois, o motivo da demissão foi definido como uma briga dele com o então auxiliar-técnico Matheus Costa, que depois assumiu o time.
Lisca e o auxiliar-técnico teriam discutido de forma bastante agressiva e trocado empurrões. O motivo teria sido a intenção do treinador em poupar jogadores, enquanto o auxiliar e a diretoria apontavam o interesse em colocar todos os jogadores. Na época, o diretor de futebol do Paraná, Rodrigo Pastana, disse que o treinador teve um "dia de fúria" .
Desabafo na época do Guarani
Lisca nunca se pronunciou de forma oficial sobre o ocorrido, apesar de negar as acusações sofridas. O técnico deixou o Paraná e pouco tempo depois foi anunciado como treinador do Guarani, em um momento complicado do Bugre. O treinador deu a volta por cima e terminou a Série B como herói do time por ter evitado o rebaixamento para a Série C.
Na época, Lisca não poupou os dirigentes do Paraná e desabafou. Ele declarou como uma "sacanagem" o que foi feita com ele, mas também não explicou a situação.
- A verdade é que saiu um caminhão das minhas costas. Esse ano, o que fizeram comigo no Paraná foi muita sacanagem. Seis caras que não valem o que comem, me sacanearam pessoal e profissionalmente, disse na época.
Questionado se a situação com Lisca pode interferir na partida deste domingo, o técnico Micale lembrou que não estava no clube na época e preferiu tratar da importância da partida para o Paraná.
- O Lisca pode usar para motivar os jogadores. O que eu posso dizer é que Paraná está motivado para a partida e que ela é fundamental para nossas pretensões. Independente das motivações e circunstâncias do passado, vamos fazer o nosso jogo.
Paraná e Ceará se enfrentam neste domingo, às 16 horas, pela 17ª rodada do Brasileirão. A partida é na Vila Capanema.
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