Incômodo com diretoria e até discussão do ex-treinador com jogadores mexeu com o Furacão, que agora busca um novo dirigente e um novo comandante
Fernando Diniz já não tinha mais uma boa relação com os jogadores. O desgaste também pesou para sua saída do Furacão, apesar da defesa de Petraglia.
Foram 11 dias de folga desde a derrota sofrida para o Botafogo. Tempo suficiente para o Atlético definir um novo rumo para o seu departamento de futebol. Mas somente ontem de manhã, na reapresentação do elenco para o início da intertemporada, é que foi batido o martelo e o técnico Fernando Diniz foi demitido do clube. Não é mais treinador do Furacão e muito menos coordenador técnico. Com ele, o presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, também já avisou que vai se afastar do clube.
Mudança drástica e que vai mudar os rumos do futebol atleticano. Foi, na verdade, uma mudança forçada, já que Petraglia bancava a permanência do treinador. No entanto, o cartola cedeu a pressão de outros dirigentes, conselheiros, sócios e torcedores. Esse pedido pela saída de Fernando Diniz foi baseado no aproveitamento ruim de apenas 34% e também pelo péssimo desempenho do Furacão no Campeonato Brasileiro, onde ocupa atualmente a penúltima posição na classificação.
Por isso, o mandatário rubro-negro garantiu ao jornalista Júlio Gomes, do portal UOL, que também está saindo do dia a dia do futebol e vai exercer apenas a sua função de presidente do Conselho Deliberativo.
“Estou saindo com ele!! Pressão de diretoria, conselho, sócios e torcida. Visão pequena! Vou me limitar à função de presidente do Conselho (Deliberativo) até 2019’’, declarou o cartola.
Mário Celso Petraglia, nos últimos tempos, chegou a bancar o técnico Fernando Diniz mesmo em caso de queda do Atlético à segunda divisão. O Furacão, nos últimos 14 jogos, conseguiu apenas uma vitória e não à toa caiu para a vice-lanterna do Brasileirão. O dirigente, com a saída do treinador, não tem dúvidas que o clube está retrocedendo no projeto do seu departamento de futebol.
A saída de Diniz não aliviou o clima tenso no Rubro-Negro. O treinador, inclusive, teria discutido com jogadores no momento em que a diretoria atleticana confirmava ao grupo a sua saída. Mais uma prova de que o ambiente entre o comandante e o elenco já não era dos melhores.
Com este cenário, o presidente do Conselho Administrado, Luiz Sallim Emed, deve retornar ao cenário do futebol atleticano. Nos bastidores, porém, comenta-se que um novo diretor de futebol já está apalavrado desde a semana passada. Com esse novo dirigente e toda a cúpula do Furacão, o nome do novo técnico deve começar a ser definido e apresentado ainda nesta semana.
Isto porque o Atlético terá, a partir de agora, apenas três semanas de preparação para o duelo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil diante do Cruzeiro, no Mineirão. A partida está marcada para o dia 16 de julho, dia seguinte à final da Copa. Esse tempo será importante para o novo treinador colocar em prática seu estilo de jogo e tirar do grupo um pouco das características impostas por Fernando Diniz nesses quase seis meses que ficou à frente do Furacão.
Possíveis nomes
Cedida a pressão e com a demissão de Diniz, alguns nomes já começam a ser especulados. Zé Ricardo e Abel Braga seriam os favoritos da diretoria. Havia a expectativa de que Tiago Nunes, atualmente à frente do time de aspirante e campeão paranaense deste ano com a equipe alternativa, pudesse ser efetivado, mas isso não deve acontecer. Por ora, o auxiliar Kelly comanda os treinamentos.
Sem Fernando Diniz e com Petraglia afastado do futebol, o Rubro-Negro vai tentar trilhar um novo caminho a partir de agora na temporada. A missão será complicada, já que na Copa do Brasil perdeu por 2×1 na Arena da Baixada para o Cruzeiro. No Brasileirão, terá que acabar com a fase ruim e de péssimo futebol para tentar escapar do rebaixamento. TPr
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