Justiça condena dez por esquema que desviou R$ 1,3 milhão de clientes da Caixa

Crimes contaram com a ajuda de um funcionário do banco estatal e vitimou aposentados, empresários e um jogador de futebol.

Clientes da Caixa Econômica foram vítimas do esquema 

O juiz federal Nivaldo Brunoni, da 23ª vara federal de Curitiba, condenou dez pessoas investigadas na Operação Duas Caras, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro e outubro de 2017.

Os condenados participaram de um esquema complexo que conseguiu desviar R$ 1,3 milhão da conta poupança de 70 clientes da Caixa Econômica Federal, conforme a sentença.

De acordo com as investigações, ao menos 400 transações financeiras foram feitas pelo grupo, entre saques e transferências.

Entre os condenados está Sérgio Rodrigues de Oliveira, considerado o líder do esquema. A pena imposta a ele foi de mais de 34 anos de prisão, por crimes como estelionato e organização criminosa.

Francisco Casamasmo Júnior, funcionário de carreira da Caixa que, segundo a polícia, facilitava os desvios foi condenado a mais de 19 anos de prisão.

Entre as vítimas dos crimes estão aposentados, empresários e um jogador de futebol.

A defesa de Sérgio Rodrigues de Oliveira disse estar irresignada com a sentença proferida pelo magistrado e que, além de discordar da legalidade da interceptação telefônica que baseou a condenação, constatou nítido excesso na fixação da pena definitiva de seu cliente.

Como funcionava
O funcionário que facilitava o esquema, de acordo com a PF, pesquisava e identificava contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentava histórico de retiradas. Ele repassava os dados dos clientes ao líder do grupo criminoso.

O líder então solicitava a emissão de documentos falsos e complementava os demais dados necessários com outros participantes do grupo, que geralmente possuíam acesso a banco de dados, em razão de suas profissões.

Na sequência, os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a “falsa” perda do cartão para gerar outro.

Os cartões eram retirados nos centros de distribuição dos Correios também com o uso de documentos falsos. Depois, os criminosos faziam uma série de saques nos caixas eletrônicos, compras em débito automático e saques e transferências na boca do caixa até que o dinheiro nas contas se esgotasse.

O nome da ação é uma referência a atuação do funcionário da Caixa investigado, que “age de um jeito ou de outro dependendo com quem está”, ainda conforme a PF.G1

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