Vice-presidente jurídico do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa, considera medida ilegal e absurda por parte dos autoridades. Jogo de ida entre Cruzeiro e Atlético-PR será na quarta-feira, pela Copa do Brasil
Atlético-PR e Cruzeiro se enfrentam na próxima quarta-feira, pela Copa do Brasil
O Cruzeiro entrou nesta segunda-feira com um mandado de segurança que pede a presença de seus torcedores na partida contra o Atlético-PR, na próxima quarta-feira, na Arena da Baixada, pelo jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil. A medida veio após recomendação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) pela adoção de torcida única no duelo, que será o primeiro teste em Curitiba e tem o apoio do clube rubro-negro. A informação foi divulgada inicialmente pela Rádio Itatiaia e confirmada pelo GloboEsporte.com.
O vice-presidente jurídico do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa, considerou a medida ilegal e absurda por parte dos autoridades. Segundo ele, o Cruzeiro decidiu entrar com o mandado para garantir o direito dos torcedores. Costa disse que conversou o promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador para buscar uma solução pacífica e que também buscou diálogo com o Atlético-PR, mas que as partes foram irredutíveis.
– Foi pedido uma liminar para suspender essa ilegalidade e garantir que a torcida do Cruzeiro não somente possa ir com a camisa do Cruzeiro ou qualquer tipo de vestimenta ou objeto que caracterize, que demonstre sua preferência de clube, bem como que garanta a segurança do torcedor num lugar específico no estádio, como sempre se fez - disse ao GloboEsporte.com.
Com a determinação, não estão sendo vendidos ingressos para os visitantes e não será determinado espaço determinado para os torcedores do Cruzeiro. Além disso, será proibido que se entre no estádio com a camisa de outro time ou torcida que não seja ligada ao Atlético-PR. Também ficou definido que não haverá escolta da polícia militar para os torcedores.
– A questão não é o ingresso em si, mas a proibição do uso da camisa, que a gente acha um absurdo total, e a não setorização da torcida visitante, porque isso é uma garantia de segurança para os torcedores. Ainda que se permita o uso da camisa, como você vai usar a camisa de um time no meio de outra torcida? Não tem sentido você proibir o uso da camisa a fim de justificar a necessidade, segundo a posição do promotor, de que a torcida do Cruzeiro fique num mesmo espaço, nos mesmos locais, destinados à torcida do Atlético-PR. A gente acha isso um absurdo, uma total ilegalidade. Essa decisão afronta o estatuto do torcedor, a constituição e o direito do consumidor. Ao Cruzeiro não coube outra saída, que não seja a judicialização dessa questão.
– A justificativa deles é meio absurda. Não é a falta de segurança porque a Arena da Baixada tem um laudo de segurança da PM. Nessa mesma ata de reunião, que foi proibido o uso de camisa pela torcida do Cruzeiro, a própria PM disse que garante a segurança, em qualquer cenário, em qualquer decisão. Então, o problema não é segurança. A Arena da Baixada tem um laudo de segurança que diz, claramente, que tem totais condições de receber torcida visitante, com acesso e local separados, com permanência. O próprio laudo de segurança diz que há mais de quatro anos não tem nenhum evento lá de problema com torcida. Então, portanto, não tem justificativa para que a torcida do Cruzeiro seja tratada de maneira diferente - completou o vice-presidente.
Com objetivo de liberar a torcida visitante na partida, o Cruzeiro agora aguarda resposta. A ideia da equipe mineira é que os cruzeirenses tenham um lugar garantido em um setor do estádio e com segurança na próxima quarta-feira. A resposta deve sair na terça, véspera da partida.
– Eu acredito que na terça-feira, até o final da tarde, já deveremos receber algum retorno. Ainda não tem nem a vara, nem o juiz destinatário ou número de processo. Então, tem um trâmite burocrático a seguir. Mas, a gente acredita, por ser uma ação de um mandado de segurança, até o final da tarde ter alguma coisa. Pelo menos, é o que a gente espera - disse Costa.
O MP-PR confirmou a realização do primeiro jogo com torcida única para Atlético-PR x Cruzeiro na última sexta-feira. A intenção é ampliar a ideia para todos os estádios da capital. A definição do primeiro jogo através dessa modalidade foi feita em reunião com membros das entidades envolvidas na implementação, além de representantes do Atlético-PR e da torcida organizada Os Fanáticos. Coritiba e Paraná ainda não se pronunciaram sobre a medida.
A medida proposta pelo MP-PR visa reduzir a violência e a necessidade do uso de forças policiais durante jogos, inibindo que torcedores se desloquem a Curitiba para assistir jogos. A proposta também é válida para os clássicos estaduais para evitar o deslocamento em massa de torcedores locais dentro da cidade.
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