Licitação para estudo sobre a Ponte de Guaratuba entra na reta final

Há diferenças substanciais nas notas técnicas e no preço das duas empresas que se propuseram a fazer o estudo de viabilidade da obra

O governo do Paraná formalizou duas das três etapas da licitação que está selecionando a empresa que fará o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da Ponte de Guaratuba. Em Diário Oficial, a capacidade da Engemin foi considerada maior do que da ECR Engenharia. A nota da primeira colocada ficou em 96,44, contra 94,82 da empresa concorrente. O processo de escolha também considera o preço do estudo. A ECR, de São Paulo, propôs cobrar R$ 689,8 mil, enquanto a Engemin, de Pinhais, apresentou o valor de R$ 832,8 mil. O peso de cada critério não foi informado.

A escolha da empresa vencedora ainda depende de uma terceira fase, a habilitação documental, que será iniciada no dia 27 de março, caso recursos administrativos não sejam apresentados pelas empresas concorrentes. A Engemin, que conquistou a maior nota técnica, foi responsável pela elaboração do estudo de impacto ambiental que embasa a Faixa de Infraestrutura em Pontal do Paraná.

Histórico
Para substituir a ligação hoje feita pelo ferryboat entre Guaratuba e Caiobá, em Matinhos, o governo Beto Richa (PSDB) se dispôs a pagar até R$ 919,9 mil por uma proposta que sugira alternativas de engenharia e considerem as consequências econômicas e também ambientais da obra.

A aprovação do projeto, porém, não garante a realização da obra, que ainda não tem qualquer previsão para ser executada. Quem vencer a licitação entregará um estudo, feito ao longo de nove meses, sugerindo alternativas de engenharia para a construção, considerando vários cenários econômicos (custo x benefício) e ambientais. O edital prevê uma ponte com aproximadamente 800 metros de extensão e seus acessos, estimados em 2 mil metros.

Pedido de anos
A discussão sobre a possibilidade de construir a Ponte de Guaratuba já se arrasta há mais de cinco décadas. Um dos principais empecilhos para a obra – além da discussão sobre os impactos ambientais – é o custo do projeto em relação ao fluxo de veículos, concentrado nos meses de temporada de verão. O edital da licitação considera a hipótese de concessão da ponte, ou seja, que a obra seja feita por uma empresa que ganhe o direito de cobrar pedágio.

O projeto pode também ser uma Parceria Público-Privada (PPP). É que, se a ponte ficar muito cara e a quantidade de pagantes for pequena, o governo pode custear parte das despesas para que a tarifa não fique muito pesada.

Durante o verão, 430 mil veículos utilizam o ferryboat para a travessia, com tarifas entre R$ 3,50 (moto) e R$ 48,30 (caminhão com reboque). O percurso 100% rodoviário para chegar a Guaratuba é pela Serra do Mar, descendo pela BR-376 e depois pela BR-101, o que inclui entrar em Santa Catarina, na altura de Garuva, e depois retornar ao Paraná.

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