Conquista da Taça Dionísio Filho é a primeira de uma geração de jovens que se tornou a base do Coritiba nesta temporada
Thalisson
Kelven, um dos personagens do título da Taça Dionísio Filho, beija o troféu. A
conquista coloca o Coxa na final do Paranaense
Quando Felipe Gomes da Silva
apitou o final da partida no Couto Pereira, um grupo de meninos comemorou pela
primeira vez como profissional. Poucos meses atrás, eles estavam no mesmo
estádio e choraram a perda nos pênaltis do título brasileiro sub-20. Ontem, foi
diferente pra essa meninada – Marcos Moser, Romércio, Thalisson Kelven, Julio
Rusch, Léo Andrade e Vitor Carvalho. Eles formaram a base do Coritiba campeão
da Taça Dionísio Filho, a primeira fase do Campeonato Paranaense, conquista que
veio após a
vitória por 3×0 sobre o Rio Branco – e que deu a vaga na final da
competição. Eles deram o primeiro passo de uma longa caminhada. A deles na
carreira, e a do Coxa na temporada.
Não foi uma conquista simples. O
Coxa começou o campeonato com problemas, mudando radicalmente seu elenco e
apresentando dificuldades. Empatou dois jogos seguidos em casa (um deles com o
próprio Rio Branco), perdeu um Atletiba e depois, pela Copa do Brasil, teve uma
atuação terrível diante do Parnahyba. Ali foi o momento mais difícil para o
técnico Sandro Forner. O time, ainda baseado nos jogadores mais experientes,
inclusive com os reforços César Benítez e Simião, não dava liga. A
classificação no Piauí vinda no último lance teve sequelas. Mas serviu para
acender o alerta no Alto da Glória.
Para a partida seguinte, contra o
Londrina, no estádio do Café, a pressão era gigante. Sandro já era questionado,
falava-se na saída de Kléber, Alecsandro era criticado, Werley tinha ido
embora, os reforços não davam resultado. O treinador optou por apostar nos
jogadores que ele conhecia. Sacou Simião e Benítez, colocou Vitor Carvalho e
Marcos Moser. Julio Rusch, Romércio e Thalisson Kelven já estavam jogando. E a
partir dali o Coritiba começou a melhorar.
Venceu o Tubarão, venceu o
Toledo, eliminou o Foz do Iguaçu na semifinal, classificou-se sem sustos diante
do Uberlândia na Copa do Brasil e chegou para encarar o Rio Branco com outra
motivação. Estava mais preparado para a pressão de chegar como favorito em um
jogo que valia vaga na final do Campeonato Paranaense. De encarar um sistema
defensivo muito bem montado pelo técnico adversário, o Maurílio que tantas vezes
já tinha assombrado o Coxa vestindo a camisa do Paraná Clube e do Palmeiras. E
de ter a paciência mesmo com a torcida esperando uma resolução rápida de um
jogo decisivo.
Foi quando os meninos receberam o
apoio de Alecsandro. Com a luxuosa presença do pai Lela em um dos camarotes do
Couto Pereira, o camisa 9 abriu o placar em uma jogada começada por ele no
meio-campo. A arrancada, a tabela com Thiago Lopes, o passe para Julio Rusch, o
toque precioso de Julio para Iago, o cruzamento na cabeça e o gol. A careta do
campo se uniu à careta do camarote numa festa que a torcida alviverde queria
ver há um bom tempo.
Corajoso, o Rio Branco não ficou
atrás. Foi para frente, pressionou e colocou o Coritiba na defesa no início do
segundo tempo. E vivia seu melhor momento no jogo quando Alecsandro apareceu de
novo. Depois do escanteio, ele tentou o chute, que saiu mascado, mas o
suficiente para que Thalisson Kelven desviasse de Jhones e marcasse o segundo.
Pouco depois, Guilherme Parede ganhou de Kahuan na marcação e definiu o placar.
Apesar da emoção de poder
“reiniciar” no Coxa, para Alecsandro e para o goleiro Wilson, que completou 150
jogos com a camisa alviverde, era apenas mais um troféu. Mas os meninos
comemoraram muito ao apito final e quando o camisa 84 recebeu da família de
Dionísio Filho o troféu da primeira fase do Estadual. A festa deles representa
um começo promissor para o projeto do Coritiba de apostar nos meninos – um
projeto que tem um único objetivo, levar o Alviverde de volta para a primeira
divisão.
(Tribuna)
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