CIC continua sendo o bairro mais violento de Curitiba; saiba quais são os outros
Curitiba registrou queda no número de homicídios dolosos (quando há intenção de
matar) em 2017. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança
Pública na quinta-feira (18), foram 379 casos registrados no ano passado na
capital, contra 468 de 2016, uma queda de 19%. A capital acompanhou os
resultados apresentados em todo o estado.
Os bairros Cidade Industrial
(CIC), Tatuquara e Sítio Cercado foram os mais violentos da cidade no período
analisado, levando em conta o número de ocorrências de homicídio doloso.
Juntos, os três bairros responderam por 33% dos homicídios dolosos na cidade.
Os números registrados revelam ainda que os bairros não acompanharam a queda no
índice da capital, embora tenham se mantido próximos aos já detectados em 2016.
“Não tivemos nenhum bairro que
registrou algo extraordinário. Alguns se mantiveram. CIC, Tatuquara e Sítio
Cercado são os que determinam maior atenção da polícia”, explica Fábio Amaro,
delegado-titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Em 2017, a CIC registrou 68 casos
de homicídio doloso, um a mais do que o ocorrido no ano anterior. No Tatuquara,
foram 33 assassinatos no ano passado, contra 36 em 2016. Entre os três mais
violentos, o Sítio Cercado foi o que apresentou maior queda: 23 ocorrências de
homicídio em 2017 contra 47 em 2016.
Os números da violência em Curitiba
Saibam quais
foram os bairros que registraram o maior número de assassinatos em 2017*:
Bairro
|
Homicídio
|
Latrocínios
|
Lesões
seguidas de morte
|
CIC
|
68
|
2
|
1
|
Tatuquara
|
33
|
0
|
0
|
Sítio
Cercado
|
23
|
0
|
0
|
Pinheirinho
|
17
|
0
|
1
|
Alto
Boqueirão
|
14
|
1
|
0
|
Cajuru
|
13
|
0
|
1
|
Boqueirão
|
13
|
0
|
0
|
Uberaba
|
12
|
0
|
0
|
Novo Mundo
|
11
|
0
|
0
|
Bacacheri
|
10
|
2
|
0
|
*Fonte:
Sesp-PR
Os mais pacíficos
Do outro lado, segundo o levantamento da Secretaria de Segurança, 23
bairros não registraram nenhuma ocorrência de homicídio, latrocínio ou lesão
seguida de morte. Água Verde, Ahú, Alto da Glória, Alto da XV, Barreirinha,
Batel, Bigorrilho, Bom Retiro, Cascatinha, Hauer, Hugo Lange, Jardim Social,
Juvevê, Lamenha Pequena, Orleans, Riviera, São João, São Lourenço, Seminário,
Taboão, Tingui, Vila Izabel e Vista Alegre apresentaram índice zero nos três
quesitos.
Localidades como Tarumã, Santo Inácio, Jardim das Américas,
Guabirotuba, Campina do Siqueira e Cabral apresentaram, cada uma, apenas um
caso de homicídio doloso ao longo de todo 2017. Centro Cívico, Mercês,
Abranches e Augusta contaram com duas ocorrências de assassinato por bairro.
Queda
Já entre os 75 bairros, o Cajuru foi o que apresentou a maior queda no
número de homicídios: de 39 registrados em 2016, para 13 detectados no ano
passado. No Uberaba, o número caiu de 23 para 12; no Santa Cândida, o número
caiu pela metade: dez em 2016 contra cinco no ano passado. Já no Pinheirinho o
índice cresceu: 17 no ano passado contra 11 em 2016. O centro da cidade
registrou cinco casos de assassinatos, contra 13 no ano retrasado.
“A tendência é diminuir ainda mais”, acredita Amaro. Nos números do
DHPP para este ano, até esta sexta-feira (19), informa o delegado, a cidade
registrou 12 homicídios. No ano passado, até o momento já eram 35. Para ele, a
redução já é resultado da atuação da polícia na capital de forma mais intensa.
“Crime de oportunidade”
“O DHPP está desde o início do ano com operação semanal nesses bairros
[mais violentos]”, conta Amaro. “O homicídio é um crime de oportunidade. Quando
o criminoso verifica a existência de polícia na rua, retrocede. Então estamos
trabalhando nesse sentido.”
Para o delegado, a peculiaridade dos bairros mais violentos acaba por
contribuir com a manutenção dos índices de criminalidade. “Por serem bairros de
periferia, em que a população, em razão de estar no local, contribui menos com
a polícia, isso acaba resultando em não elucidação de alguns crimes.”
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