Em 23 dias, foram 474 ocorrências, com 655 feridos e sete mortes
Dirigir nas férias em Curitiba é mais arriscado
Quem permaneceu em Curitiba nas primeiras semanas de janeiro se
deparou com uma cidade mais vazia (ou menos inchada) do que de costume. Com uma
temporada de verão mais curta, encerrando-se na primeira quinzena de fevereiro,
aumentou o fluxo de veículos que desceu a serra para aproveitar o litoral
paranaense. Mas o fato de a cidade estar mais vazia não significou um trânsito
mais pacífico.
De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, o número de acidentes de
trânsito na cidade registrou um importante aumento de 30,2% neste primeiro mês
do ano. Em 23 dias foram 474 ocorrências (média de 21 casos por dia), com 655
feridos e sete mortes. Em 2017, haviam sido 364 acidentes, com 622 feridos e
cinco mortes. Assim, a estatística deste ano é a maior desde 2014, quando até o
dia 23 de janeiro haviam sido registrados 515 acidentes com 687 feridos e oito
mortes.
Um dos possíveis causadores desse aumento é o tempo. Até aqui,
Curitiba registrou apenas quatro dias do ano sem chuva. Com a pista molhada, o
asfalto fica escorregadio, causando deslizamentos em casos de mudança de faixa
e freadas bruscas. As poças d'água que se formam em alguns trechos das vias
podem provocar a perda da direção do veículo e causar sérios acidentes
Contudo, para a soldado Thays do Carmo da Rosa, do Batalhão de Polícia
de Trânsito (BPTran), o principal culpado pela alta nos acidentes são os
próprios motoristas. Ou mais precisamente a imprudência de alguns deles, que se
aproveitam do fato de as ruas estarem mais vazias para pisar mais fundo no
acelerador.
“Se verificar, o maior número de acidentes são em vias mais extensas,
como a Manoel Ribas e a Isaac Ferreira da Cruz, que geralmente possuem
circulação intensa de veículos e pedestres. Com o pessoal indo viajar, porém,
fim de semana essas vias ficam vazias, e aí o pessoal acelera mais do que
devia”, aponta a policial, destacando ainda que o principal erro é a pressa.
“Entram no veículo, querem chegar logo e não pensam na consequência”, critica.
“Temos que pensar que no trânsito não é só nós. Quando entramos no
veículo temos que pensar em todos na via, tomar mais cuidado, não dirijir em
alta velocidade, cumprir a legislação de trânsito e se beber, não dirija. São
dicas simples, mas que é sempre bom repetir porque, se cumpridas, poder ter um
grande impacto”, finaliza.
Menos carros
e mais acidentes
A situação do trânsito curitibano, inclusive, não deixa de ser curiosa. Após
anos de crescimento contínuo, em 2017 a Capital registrou a segunda queda
consecutiva na frota, que passou de 1.405.123 veículos em dezembro de 2016 para
1.401.153, redução de 0,28%. Isso, contudo, não se converteu em um menor número
de acidentes.
Em 2017 o
BPTran registrou um total de 6,3 mil acidentes na cidade, aumento de 18% na
comparação com o ano anterior, quando haviam sido 5,4 mil ocorrências. O número
de mortos também subiu, passando de 51 para 54. O número não considera trechos
de estrada que cortam a cidade, tais como a Linha Verde e as BRs no perímetro
urbano (como os contornos).
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