Justiça do Trabalho nega pedido de rescisão contratual de Mosquito com o Coritiba

Atacante alega falta de pagamentos para rescindir contrato, mas Justiça nega. Representantes do jogador e Coritiba travam luta. Advogado diz que ele não fica

Mosquito tem contrato com o Coritiba até setembro e não está sendo utilizado

O atacante Mosquito teve negado, pela Justiça do Trabalho, o pedido de liminar para rescindir seu contrato com o Coritiba. O jogador entrou com a petição no dia 20 de janeiro para ter seu vínculo quebrado alegando o não pagamento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de 22 meses, além dos 13º salários de 2013, 2014 e 2017, depósito do FGTS de dezembro do ano passado e segunda parcela do 13º salário de 2017.
A decisão da desembargadora Rosalie Michaele Bacila Batista, da 2ª Vara do Trabalho de Curitiba, alega que não há necessidade de urgência em se conceder a rescisão ao jogador antes da ação ser julgada por completo.
Em sua decisão, ela afirmou que não há atraso de pagamento de salários que prejudique o jogador em suas despesas pessoais e que a falta de depósito do FGTS não afeta sua vida pessoal. Ela ainda argumentou não acreditar que o jogador e seus representantes só souberam do não pagamento em 2018, pois Mosquito renovou o seu contrato em maio de 2016.
"(...) tais contratos desportivos envolvem elevadas quantias e é inverossímil que tenham sido renovados sem devida assessoria e (2) a Caixa Econômica Federal encaminha periodicamente extrato do fundo para os titulares das contas vinculadas, além de disponibilizar consultas via internet e até mesmo por mensagens SMS. Assim, não vislumbro probabilidade do direito a rescisão indireta em razão de atrasos ou falta de recolhimento de FGTS nos anos de 2013 a 2015."
Após o pedido negado em primeira instância, os advogados de Mosquito entraram com um mandado de segurança, também negado pela Justiça. Na decisão, as autoridades entenderam que como se passou muito tempo do atraso do FGTS, não haveria motivo para rescindir liminarmente. Posteriormente, os representantes do atacante entraram com um pedido de habeas corpus no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e aguardam resposta.
– Estamos aguardando a decisão do harbeas corpus para tomar qualquer decisão em relação ao clube, que não fez qualquer contato a respeito sobre a eventural prorrogação contratual ou encerramento do processo - disse o advogado do atacante, Filipe Rino.

Jogador não vai ficar no Coritiba, diz advogado
Ainda conforme o advogado, Mosquito não tem mais intenção de prorrogar o seu contrato. Coritiba e o jogador tentam chegar a um acordo desde o ano passado, mas as negociações não avançam. O vínculo do jogador vai até setembro deste ano. Ele pode assinar um pré-contrato a partir de março.
O entrave da negociação é a multa para rescisão. A proposta do Coritiba é que a multa seja de R$ 118 milhões para o exterior. Os empresários querem R$ 3 milhões. O clube nega os valores.
– O Mosquito continua mantendo o contrato e treina normalmente. Se o clube colocar ou não para jogar, fica a critério do clube. Ele não tem intenção de prorrogar o contrato, até porque o Coritiba não mostrou intenção de valorizá-lo e prolongar o vínculo.
Mosquito começou a pré-temporada como titular, mas perdeu espaço em meio às negociações. Ele ficou fora do jogo-treino contra o 3 de Febrero e passou a treinar no time reserva. Ele também não foi inscrito para o Paranaense e segue treinando. Enquanto não chega a um acordo com a diretoria, Mosquito não será utilizado pela comissão
Em contato com a reportagem, a assessoria de imprensa do Coritiba informou que o clube não vai se posicionar oficialmente sobre o caso.

GE

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