Pelo menos 2 mil militares das Forças Armadas vão reforçar a
segurança no Rio Grande do Norte, onde policiais militares e civis estão desde
o último dia 19 com parte das atividades paralisadas, em protesto contra o
atraso no pagamento de salários e do décimo terceiro.
Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o governo
federal decidiu atender ao pedido feito ontem (28) pelo governador Robinson
Faria, depois que equipes dos ministérios da Defesa, da Justiça e do Gabinete
de Segurança Institucional (GSI) avaliaram a situação da segurança pública
estadual.
“Dada a permanência do impasse quanto à questão salarial, a
recusa dos policiais de voltarem às suas atividades normais e [ao fato de] que,
embora não tenhamos até aqui uma explosão da violência, esta vinha crescendo
gradualmente, concluímos ser necessário deslocar tropas para o estado a fim de
garantir a lei e a ordem”, explicou Jungmann a jornalistas.
Até o fim do dia de hoje (29), 500 homens do Exército, da
Marinha e Aeronáutica já deverão estar atuando no patrulhamento ostensivo na
região metropolitana de Natal e de Mossoró, as duas cidades mais populosas do
estado. Nas próximas 48 horas, mais 1.5 mil militares serão deslocados de
diversas unidades de estados próximos. A atuação militar será coordenada pelo
Comando Conjunto das Forças Armadas.
Se necessário, o efetivo inicial será reforçado a atuará em outras localidades.
Os militares das Forças Armadas reforçarão a presença federal no estado, onde
220 agentes da Força Nacional de Segurança Pública já atuam desde o ano
passado: além dos 120 agentes que já estavam apoiando os órgãos policiais
estaduais, no último dia 21 o governo federal autorizou o envio de mais 70
agentes para patrulhar as ruas da capital, Natal. Ontem (28), foi autorizado o
envio de mais 30 agentes da Força Nacional para suprir a ausência dos policiais
potiguares.
De acordo com o ministro, o governo federal já assegurou a
disposição de reforçar o efetivo inicial, que atuará ao lado dos 220 agentes da
Força Nacional de Segurança Pública já enviados ao estado. Cento e vinte
agentes da força especial já estavam dando apoio aos órgãos policiais e de
perícia potiguares desde o ano passado. No último dia 21, em função da
paralisação dos policiais militares, bombeiros e civis, o governo federal autorizou
o envio de mais 70 policiais para patrulhar as ruas da capital, Natal. Ontem
(28), foi autorizado o envio de mais 30 agentes da Força Nacional.
Para o ministro da Defesa, a situação de “anormalidade” em
um período em que o estado recebe muitos turistas demonstra a necessidade de
que seja discutida a ação de policiais civis e militares.
“Está na hora de termos clareza se as forças policiais podem
ou não fazer greve. Pela lei, não podem, mas, na prática, o fazem, colocando a
sociedade em uma situação de vulnerabilidade e medo. Entendemos a situação de
quem fica sem salário, as vicissitudes e que há uma corresponsabilidade dos
estados, mas lei é lei e deve ser cumprida”, comentou Jungmann, que viaja
amanhã (30) para Natal, onde passará o réveillon, para acompanhar de perto a
operação.
“Dentro da lei, vamos ser implacáveis na repressão de
delitos e da criminalidade”, acrescentou o ministro, conclamando os policiais
potiguares a retomarem suas atividades. “Faço um apelo para que, apesar de
todas as dificuldades, retornem. Mais dia menos dia, esta situação aflitiva
será resolvida.”
Agencia Brasil
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