Empresa Pública de Transporte
contou com a ajuda técnica da multinacional chinesa Huawei, que eliminou zonas
de sombra nos trajetos cobertos por ônibus
O sonho de consumo de todo
cliente do transporte público no Brasil já foi resolvido em Quito, capital do
Equador: lá, a Empresa Pública Metropolitana de Transporte de Pasajeros de
Quito, que atende pela “pequena” sigla EPMTQP, estão entre os mais conectados
do mundo.
Talvez o projeto desenvolvido por
eles ajude a prefeitura de São Paulo a atingir, com a mesma qualidade, a meta
definida no edital recém-lançado para o sistema de ônibus da capital. Uma das
metas de modernização dos ônibus prevê a instalação de Wi-Fi em toda a frota
municipal.
Em Quito, no entanto, tudo deu
certo graças à ajuda técnica da multinacional chinesa Huawei, que conseguiu
elimina as zonas de sombra nos trajetos cobertos pelo transporte coletivo, o
que inclui ônibus elétricos e convencionais, e os bondes da cidade.
A EPMTQP primeiramente elencou as
barreiras que normalmente impedem os usuários de se se manterem conectados em
veículos em movimento. E chegaram a uma lista das principais: largura de banda,
cobertura de alta densidade e estabilidade.
No caso da largura de banda, o
primeiro desafio foi atender a vários passageiros simultâneos. Sim, porque a
frota da EPMTQP é formada, em sua maioria, por ônibus biarticulados, com cerca
de 30 metros de comprimento, com capacidade para transportar até 225
passageiros.
Além disso, a banda deveria ser
capaz de suportar três câmeras de vigilância por vídeo de alta definição (HD)
em cada veículo, uma medida que a concessionária planeja para breve.
A cobertura de alta densidade
envolve o percurso feito pelos ônibus em Quito, constituído por vias elevadas,
áreas urbanas e subúrbios.
A Huawei, em documento oficial
sobre o projeto, explica a dificuldade: “É extremamente difícil oferecer
serviços de Wi-Fi de alta qualidade em veículos fechados, com muitos passageiros,
em ambientes eletromagnéticos complexos”.
Por fim, a estabilidade como o
terceiro desafio. Ela é essencial para a EPMTPQ manter a transmissão de imagens
e garantir a segurança de sua frota em casos de emergência ou risco de
assaltos.
Com os problemas postos na mesa,
a Empresa Pública Metropolitana de Transporte em parceria com a Huawei montou a
rede local sem fio (WLAN), combinando dois pontos de acesso dentro dos ônibus,
um frontal e outro na parte traseira dos veículos, e estes combinados com estações
terrenas.
A empresa chinesa lançou mão de
recursos para otimizar a rede, como o soft switching (assegura grande largura
de banda), um pequeno delay (atraso) e a utilização simultânea de múltiplos
usuários.
Outra característica: a avaliação
de qualidade do link em tempo real, que funciona quando um veículo está em
movimento. O ponto de acesso (AP) montado no veículo avalia a todo instante a
qualidade de cada link, e elimina dinamicamente aqueles de baixa qualidade. Ao
mesmo tempo estabelece novos links com APs na área próxima (track-side), que
possuem sinais de alta qualidade transmitidos adiante.
Para planejar a infraestrutura de
todo o sistema, foi considerada a variedade de ambientes reais de Quito, o que
inclui plataformas de estação e estradas elevadas, retas e sinuosas. A
A fabricante chinesa garante que
a solução desenvolvida ajuda a EPMTPQ a obter imagens satisfatórias de
vigilância por vídeo em HD, o que permite ao pessoal de operações e manutenção
(O&M) observar claramente o status do veículo em tempo real.
Já os passageiros, mesmo durante
as horas de pico, estes conseguem navegar por sites, enviar e receber e-mails,
baixas músicas e carregar fotos. Ou seja: o sonho de consumo de todos os
clientes do transporte público do país.
Alexandre Pelegi, jornalista
especializado em transportes
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