Com Vale do Pinhão, Curitiba vira referência em inovação

Regiões do Rebouças e Prado Velho revitalizadas com a criação do Vale do Pinhão

Exemplo internacional em planejamento urbano, Curitiba agora também é referência em inovação com o Vale do Pinhão, projeto idealizado pelo prefeito Rafael Greca e que contempla uma série de ações integradas de incentivo à tecnologia, revitalização de regiões com emprego e renda, criação de novas empresas e educação voltada à cultura da inovação. “O Vale do Pinhão é um grande ecossistema de incentivo à inovação, empreendedorismo e desenvolvimento”, afirma Greca. O nome do projeto é uma alusão ao Vale do Silício, região no estado da Califórnia (EUA), que é sede da Universidade de Stanford e de empresas como Google, Facebook e Apple.
Desde o início do ano, a Prefeitura, através da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, vem estimulando empreendedores, startups, universidades, investidores, grandes empresas e o terceiro setor a atuarem em conjunto para fortalecer o desenvolvimento de negócios inovadores na capital, principalmente, na área de economia criativa e tecnologia. 
Várias ações em conjunto, inclusive, já foram implementadas este ano, como a escolha de Curitiba como a primeira cidade brasileira a sediar o maior evento mundial de cidades inteligentes (o Smart City Expo); o envio para a Câmara Municipal do projeto da Lei de Inovação, que prevê ainda a criação do Conselho Municipal de Inovação; o apoio e a promoção de eventos voltados à inovação (como palestras, debates, feiras e conferências internacionais) na sede do Vale do Pinhão; a retomada e desenvolvimento de programas de estímulo ao empreendedorismo com inovação (“Curitiba, Cidade das Startups” e “Bom Negócio”); e o apoio a ações de revitalização das regiões que geograficamente integram o Vale do Pinhão, em especial, os bairros Rebouças e Prado Velho.
O presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Frederico Augusto Munhoz da Rocha Lacerda, lembra que o Vale do Pinhão surgiu da percepção de que cidade já tinha uma série de pessoas, empresas e organizações envolvidas com estímulo à inovação e ao empreendedorismo, mas que não conversam entre si. “Ao propor este ambiente de inovação, a Prefeitura busca suprir essa lacuna e fazer com que todos possam unir suas forças para desenvolver empresas mais inovadoras”, justifica ele. Além disso, afirma Frederico, o Vale do Pinhão incentiva a conexão com instituições que são fundamentais para conhecimento e pesquisa, caso das universidades, e para apoiar o desenvolvimento das empresas já em funcionamento, como Sebrae, Federação das Indústrias, Federação do Comércio e Associação Comercial do estado.
Coração
O coração do Vale do Pinhão é o Engenho da Inovação (antigo Moinho Rebouças), no bairro do Rebouças, que se transformou em um moderno espaço para estimular a inovação e a criação de novas empresas, através de uma agenda ativa e qualificada de ações que fomentam o networking e a qualificação profissional. O local, que ocupa uma área de 1,6 mil metros quadrados e é sede da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, já recebeu este ano 46 eventos voltados à inovação, como palestras, debates, feiras, workshops, experimentações de novas tecnologias e conferências internacionais.
Além disso, durante 2018, as 143 startups inscritas no programa “Curitiba, Cidade das Startups” vão passar por dois meses e meio de capacitação no Engenho da Inovação. Na programação, cursos e workshops sobre marketing, modelos de negócio, captação de investimento, rodada de negócios e divulgação, inclusive, com produção de vídeos de apresentação (“pitch”).

Revitalização no Rebouças e Prado Velho
Com a inauguração do Engenho da Inovação, a Prefeitura também vem incentivando a união de forças do poder público, da iniciativa privada e do terceiro setor para a atração de empresas e reocupação das regiões que, geograficamente, integram o Vale do Pinhão. Desde o começo do ano, ações concretas estão buscando estimular a revitalização dos bairros Rebouças e Prado Velho, principalmente, a antiga área industrial da região, que está com vários imóveis vazios.
O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), por exemplo, já delimitou e desenvolveu um projeto urbanístico para a região do Vale o Pinhão, que prevê escritórios compartilhados, startups e até moradias sociais entre as avenidas Marechal Floriano Peixoto e Sete de Setembro, a Linha Verde e o Rio Belém. Também com apoio da Prefeitura, o movimento Reação Urbana, iniciativa da Oscip Reurb e da Haus da Gazeta do Povo, está mapeando e promovendo debates e palestras para revitalização urbana das regiões próximas.
Inspiradas nas ações integradas do Vale do Pinhão, grandes empresas estão buscando soluções para a revitalização da região. A Bosch, a Renault, a Rumo e o Grupo Barigui se uniram para apresentar o projeto Station Lab, de reocupação da antiga estação ferroviária, que se transformaria em um espaço de criação colaborativo, fomentando startups com potencial de desenvolvimento. Já a Usina 5 é um empreendimento que acaba de ser inaugurado e que transformou o antigo moinho de açúcar Diana, fechado há mais de 10 anos, em uma área de eventos de mais de 50 mil metros quadrados.
Mas o Vale do Pinhão não se limita ao Rebouças e região. O Parque Barigui, o Centro da cidade, a Linha Verde e as Ruas da Cidadania também compõem o projeto. Parte do Salão de Atos do Barigui, por exemplo, já é o primeiro coworking público de Curitiba. Em 2018, será a vez do Centro ganhar o segundo escritório compartilhado público da capital. Já as Salas do Empreendedor, nas Ruas da Cidadania, começam a orientar os empreendedores dos bairros a como se tornar mais inovador e o programa Bom Negócio, que foi retomado este ano, agora também passa a ter foco em inovação. Para a Linha Verde, a ideia é fomentar a instalação de grandes empresas, com foco em tecnologia. 

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