Um tribunal do Peru declarou
válido, nessa segunda-feira (20), o pedido de incorporar, como "terceiro
civil responsável", as empresas brasileiras Camargo Corrêa, Andrade
Gutierrez e Queiroz Galvão na investigação sobre a suposta concessão ilícita do
trecho 4 da Estrada Interoceânica Sul. A informação é da Agência EFE.
A decisão foi tomada pelo juiz
Richard Concepción, do Primeiro Tribunal de Investigação Preparatória Nacional,
após avaliar, em audiência pública, a solicitação da Procuradoria do caso
Odebrecht e a postura das companhias, informou o Poder Judiciário em
comunicado.
A Procuradoria afirmou que as
empresas se uniram para formar a Intersur Concessões e, mediante propinas
acertadas entre seus diretores, obter a licitação do trecho 4 da Estrada
Interoceânica Sul, durante o governo de Alejandro Toledo.
Foi considerado como prova pela
Procuradoria a existência de e-mailsapreendidos do diretor da Intersur,
Marcos de Moura Wanderley, onde supostamente faz referência às propinas.
Além disso, foi mencionada a
existência de depósitos em contas de Josef Maiman, um empresário peruano-israelense
considerado testa-de-ferro de Toledo, de uma empresa vinculada às companhias
brasileiras.
A defesa das empresas considerou
que a Procuradoria não tinha legitimidade para apresentar o pedido e negou a
existência dos e-mails com base em uma suposta perícia solicitada
pelos investigados, mas os argumentos foram desprezados pelo juiz.
No Peru, o caso Odebrecht está
focado em rastrear os US$ 29 milhões que a construtora brasileira admitiu, na
Justiça americana, ter pago em propinas para funcionários em troca da concessão
de milionárias obras entre os anos de 2005 e 2014.
Agencia Brasil
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