Após uma temporada épica, cheia de grandes momentos e muita
tensão, Paraná Clube retorna pra Série A em 2018
Sábado, 18 de novembro de 2017. Exatos 9 anos, 11 meses e 16
dias depois, o Paraná
Clube está de volta à primeira divisão do futebol brasileiro. Com a
vitória sobre o CRB por 1×0, neste sábado (18), em Maceió, combinado com o
empate do Londrina com o América-MG e a derrota do Oeste para o ABC, o Tricolor
encerrou o período mais angustiante de sua história. Coroando um ano de
reconstrução do orgulho do torcedor, vem o acesso, que transforma o clube
dentro e fora de campo.
A caminhada pode ter começado lá mesmo, naquele dia 2 de
dezembro de 2007, quando o Paraná perdeu para o Vasco na última rodada do
Campeonato Brasileiro daquele ano. Parecia que não seria um período tão longo.
Mas os inúmeros erros cometidos por seguidas diretorias, que dilapidaram o
clube, fizeram com que uma possível estadia passageira na Segundona se
transformasse num martírio.
Que em alguns momentos parecia sem fim. Tempos em que o
distanciamento entre time e torcida era gigante, em que não havia sequer
motivação para convocar um torcedor que estava cansado de tantos erros.
Chegou-se a falar que o Paraná “iria acabar”.
Em 2017, uma política de pés no chão e de fim da influência
dos empresários dentro da Vila Capanema era, a rigor, um primeiro passo. Dentro
do clube, o plano era de ter um ano sem sustos, para montar as bases de um
trabalho mais fortalecido em 2018. Mas o time deu liga desde o início. E isso
graças ao trabalho de Wagner Lopes, um dos grandes responsáveis pelo acesso,
mesmo tendo saído para o futebol japonês antes da Série B. Foi ele quem montou
uma organização tática sólida, vista ainda hoje no Tricolor.
Além dele, um grupo de jogadores
que assumiu o desafio do clube. Jogadores que estão além do limite físico,
alguns jogando no extremo sacrifício, mas que tomaram o acesso do Paraná como
também o seu acesso a um futuro melhor no futebol brasileiro. Em jogos
incríveis no Campeonato Paranaense, na Primeira Liga, na Copa do Brasil e,
claro, na Segundona, os boleiros mostraram que queriam ver o Tricolor em uma
situação melhor.
Esse Paraná precisou passar por
diversos percalços. A saída antecipada do Estadual, a perda de Wagner Lopes, a
negociação de Léo com o Atlético, as dificuldades durante a Série B, as
atitudes temerárias de Lisca, o desgaste físico, o final tenso para um grupo
jovem liderado por um técnico jovem. E passou por tudo até chegar ao dia 18 de
novembro de 2017.
Contra o CRB, superando pressão,
ansiedade, cansaço e o calor, o Tricolor venceu. Venceu principalmente por
centenas de milhares de torcedores. Venceu por um torcedor em especial, que
abdicou da vaidade da profissão e virou um símbolo, o goleiro Marcos. Venceu
por todos os desafios que cada um – torcedores, jogadores, comissão técnica,
dirigentes – teve que vencer.
O Paraná Clube subiu para a
primeira divisão. Vai contar com um aporte financeiro que mudará o patamar do
clube. Mas, acima de tudo, fará sorrir seu torcedor, que chorou desde aquele
2007, e hoje também chora, mas de emoção e de imensa felicidade.
Tribuna do Paraná
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