Os quatro homens seguem detidos na carceragem do 1º.DP, no
Centro. PM diz policiais foram agredidos e desacatados
Quatro homens foram presos na
noite do último sábado (25) enquanto realizavam uma apresentação musical em
frente a um bar, na rua Trajano Reis, no bairro São Francisco. Enquanto fazia
sua performance, por volta das 21h30 de sábado, o quarteto foi abordado por
policiais que realizavam uma operação na área central de Curitiba. A ação da
Polícia Militar gerou tumulto entre as pessoas que estavam no local e o
quarteto acabou preso por diversos crimes, entre eles perturbação do sossego e
desacato à autoridade.
Os músicos seguem detidos na
carceragem do 1.º DP, no Centro. A defesa de três integrantes do grupo afirma
que já entrou com pedido de liberdade provisória e que aguarda a resposta do
juiz. A audiência de custódia está marcada para esta terça-feira (28), as 16
horas.
Segundo a Polícia Militar, a
operação realizada no último fim de semana foi resultado das reclamações de
diversos moradores da região, que se queixam sucessivamente dos distúrbios
causados pela atividade noturna da área. A ação foi feita pela Patrulha do
Sossego, um braço da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu), que
localizou a banda realizando uma apresentação na calçada. Ainda de acordo com a
PM, foi usado um decibelímetro para verificar a intensidade sonora da música e
comprovar a infração. Segundo a Lei de Crimes Ambientais, de 1998, o limite de
intensidade sonora no período noturno é de 55 decibéis para zonas mistas, que
abrangem áreas residenciais e atividades comerciais.
Já o produtor cultural Igor Moura
estava no local e afirmou que o caso ocorreu de forma diferente do que foi
relatado pela Polícia Militar. Em um post nas redes sociais, Moura disse que os
PMs apreenderam parte do equipamento dos músicos – mesmo após eles terem
atendido à determinação de parar de tocar. A reclamação teria vindo de um
vizinho. Ele contou que um dos músicos tentou argumentar com os policiais e foi
agredido.
Já a PM disse que, enquanto
realizava a apreensão do equipamento, um dos integrantes da banda tentou
resistir à apreensão e incitou quem estava no local, cerca de 90 pessoas,
contra a patrulha, o que teria iniciado a confusão que se seguiu. A polícia
conta que foi hostilizada de diversas maneiras e três agentes acabaram feridos
levemente.
Sobre essa questão, Moura contou
que três pessoas que presenciaram a situação se exaltaram após as agressões
cometidas pelos policiais contra os músicos e também apanharam. Elas foram
detidas. Segundo ele, o clima ficou ainda mais tenso após a chegada do Bope. “O
cenário se transformou em um campo de batalha, onde a população indefesa
precisou correr de policiais com cassetetes, armas e bombas nas mãos. Nós,
amigos dos músicos, com medo, tivemos que recolher os instrumentos sob fortes
ameaças e pessoas sendo agredidas não somente na rua Trajano Reis, como na
praça do cavalo babão e entornos”, afirmou em uma postagem no Facebook.
Integrante do grupo Advogadas e
Advogados pela Democracia, a advogada de defesa de três dos presos, Tania
Mandarino, afirmou que o criminalista José Carlos Portella Junior, também
integrante do grupo, entrou com pedido de liberdade provisória na noite de
sábado, mas que a solicitação ainda não foi analisada pelo juiz. A expectativa
da defesa é que os homens sejam liberados já nesta terça-feira (28). A
defensora preferiu não dar mais detalhes sobre o caso, para não prejudicar o
andamento da questão.
Crimes
Os homens foram encaminhados para
a Central de Flagrantes e foram presos. De acordo com a Polícia Civil, o grupo
segue detido na carceragem da 1.º DP, no Cntro da capital. Eles foram autuados
por perturbação do sossego, posse de drogas para consumo, lesão corporal,
desobediência, resistência à prisão e desacato à autoridade, crimes que somados
fazem com que não seja possível o pagamento de fiança para sua liberação.
Gazeta do Povo
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