De acordo com a publicação no
Diário Oficial do Estado da Bahia na sexta-feira (10), a Bahia incluiu os
acidentes de trânsito na lista de doenças de notificação compulsória. Desde a
referida data, médicos (as) lotados (as) em municípios baianos devem atentar
para o devido preenchimento de documentos, tendo em vista a obrigatoriedade de
especificação quando o caso for decorrente de acidentes no trânsito. A medida é
fruto também do constante pleito realizado pela Associação Brasileira de
Medicina do Tráfego (Abramet), entidade engajada historicamente na luta por
esse feito.
Para o presidente da Abramet-BA,
Dr. Antônio Meira Júnior, a conquista será fundamental para avançar nas
estratégias de prevenção e tratamento dos eventos de trânsito. “Não é possível
combater um inimigo que não se conhece. A não identificação dos acidentes de
trânsito como doença de notificação compulsória dificulta a tomada de decisões
nos planejamentos em saúde”, explica Dr. Meira Júnior.
O médico do tráfego acredita
ainda que não haverá dificuldade na implementação do decreto nas unidades de
saúde, visto que o Código Internacional de Doenças (CID) já permitia isso,
apesar da pouca utilização. “No preenchimento dos documentos médicos, o CID:
V23.4 especifica, por exemplo, motociclista traumatizado em colisão com um
automóvel (carro), pick up ou caminhonete, mas, às vezes, o registro era feito
com outro código”, pontua.
Já para a Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia (Sesab), a conquista “busca aperfeiçoar as estatísticas do
setor e avançar no mapeamento das localidades e zonas de maior incidência”.
Ainda de acordo com a pasta, apenas na Bahia, entre os anos de 2000 e 2017,
foram registradas 34.534 mortes em acidentes de trânsito, o equivalente à
população de cidades baianas como Cachoeira ou Riachão do Jacuípe. Deste total,
6.695 pessoas estavam dirigindo motos, enquanto 12.080 eram ocupantes de
carros.
Os números da secretaria apontam
ainda que, apenas nos seis primeiros meses de 2015, o Hospital Geral do Estado
(HGE), na capital, bem como o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira
de Santana, Hospital Geral de Camaçari (HGC) e o Hospital Geral de Guanambi
(HGC) registraram 3.571 acidentes envolvendo motociclistas, o que dá uma média
de quase 20 entradas na emergência por dia.
Conselho Regional de Medicina da Bahia
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